domingo, 5 de agosto de 2012

COMO SE TORNAR UM  JOGADOR DE FUTEBOL


Não basta saber fazer umas embaixadinhas e uns dribles parecidos com os de Ronaldinho. Para ser um craque profissional no Brasil é preciso vencer uma peneira de altíssimo nível.
Para você que não se assusta com a concorrência e confia no seu talento, segue um roteiro para o início da carreira de jogador.


MEUS AMIGOS DIZEM QUE EU SOU BOM DE   BOLA,
COMO ENTRO EM UM CLUBE?

Não adianta se iludir: no país do futebol, mesmo se você é bom com a bola nos pés, não é nada fácil entrar em um grande clube.
“De cada mil garotos testados, em média, o clube aproveita um”, diz o empresário Cláudio Sparapani, dono da Unidade Piloto do São Paulo Futebol Center, franquia de escolinhas criada pelo clube tricolor, que hoje já conta com 22 unidades em São Paulo, uma na Coréia do Sul e uma na Tailândia.

ESCOLINHAS
Escolas de futebol associadas a grandes clubes, aliás, têm sido um dos principais trampolins para meninos bons de bola. Hoje, a maioria dos clubes mantém contato permanente com algumas escolinhas e, de tempos em tempos, envia representantes para testar garotos que se destacam em cada uma delas. São Paulo, Corinthians, Flamengo e até o São Caetano emprestam suas marcas para escolinhas.
O tricolor paulista, por exemplo, que conta com uma das melhores estruturas para a formação de jogadores, deixou de fazer testes abertos – as famosas peneiras – e só testa meninos pré-avaliados pelas escolinhas licenciadas ou por treinadores conhecidos de outras escolinhas ou por olheiros.

OLHEIROS
Todos os grandes clubes contam com olheiros, que podem ser profissionais contratados pelo clube, os próprios treinadores das divisões de base ou pessoas de confiança (ex-jogadores, por exemplo). O Cruzeiro é dos clubes que contam com olheiros permanentes, que vivem rodando pelo país em busca de torneios com garotos de 13 a 16 anos. “Temos quatro avaliadores permanentes, mas no mês de janeiro, quando acontecem muitos campeonatos amadores, espalhamos 12 pessoas pelo país”, diz o diretor das divisões de base, Joao Gualberto Silva.

PENEIRAS
Além de contar com essa rede de “espiões”, os cruzeirenses atiram em outras direções para não perder nenhum menino talentoso: estão conveniados com cerca de 200 escolinhas e realizam peneiras abertas até quatro vezes por semana. Centenas de garotos comparecem a essas peneiras e, em poucos minutos, precisam mostrar que minutos, precisam mostrar que são bons o suficiente para tirar alguém do clube, afinal as divisões de base funcionam como “time de cima”: para que novos jogadores entrem no time, outros tem que sair. “Alguns pais reclamam que seus filhos se destacaram nos testes e não foram chamados, mas aí explicamos que o nível técnico das nossas equipes é muito mais alto do que os das avaliações”, diz Flavio Alves, supervisor do futebol amador do Corinthians, que, além de testar os alunos das escolinhas, realiza peneiras com até 10 ml garotos.

ENFIM, O TESTE
Seja indicado por um olheiro, pelos treinadores de uma escolinha ou tentando a sorte em uma peneira, de uma coisa você não escapará: terá que mostrar o seu potencial sob pressão. Embora alguns testes contem com exercícios para o jogador mostrar sua habilidade, em geral o que os avaliadores querem mesmo é te testar em uma situação real de jogo.
Portanto, você entrará em um time de desconhecidos, que, assim como você, estão brigando pela vaga, e, apesar do ambiente desconfortável, essa é sua chance de mostrar tudo que sabe. Tente ficar tranquilo e nem pense em prender demais a bola para mostrar que é craque – a capacidade de jogar em equipe é uma das características mais desejadas pelos treinadores.
Se não aprovado, treine mais e tente de novo. É sempre bom lembrar o exemplo do lateral Cafu, que foi reprovado em 12 peneiras (quatro no São Paulo) e só conseguiu um lugar ao sol quando um olheiro do próprio São Paulo o viu jogando pelo Itaquaquecetubense, um timinho do interior paulista, e o convidou para o teste.
Fonte: Mundo Estranho